Diabetes é o nome mais popular de diabetes mellitus (DM), uma doença metabólica caracterizada pelo aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia), podendo ser causada pela falta de insulina ou resistência à sua ação. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas responsável por regular a glicose no sangue e que, se desregulado, pode gerar complicações no coração, nos vasos sanguíneos, nos olhos, nos rins e nos nervos.

O número de diabéticos vem crescendo anualmente. Só no Brasil já há mais de 16,5 milhões de pacientes com a doença, ou seja, mais de 8% da população brasileira. Os principais motivos para esse número são os maus hábitos alimentares, o sedentarismo, a epidemia de obesidade e o aumento da expectativa de vida.

Tipos de diabetes

Existem vários tipos de diabetes, cuja classificação se baseia na causa da doença, contudo suas causas genéticas, biológicas e ambientais ainda não estão totalmente esclarecidas.

Os tipos mais comuns são:

Pré-diabetes – quando o açúcar no sangue está alto, mas não o suficiente para ser classificado como diabetes. É um estágio inicial que já exige atenção.

Diabetes Tipo 1 (DM1) – ocorre a destruição das células beta do pâncreas, que produz pouca ou nenhuma insulina. Pode ser de causa autoimune (tipo 1A) ou de causa idiopática (tipo 1B). É a apresentação mais comum em crianças e adolescentes.

Diabetes Tipo 2 (DM2) – 90% a 95% dos casos de diabetes, é uma doença multifatorial, caracterizada por resistência à insulina combinada com a perda progressiva de sua secreção. Os principais fatores de risco são maus hábitos dietéticos e inatividade física, que contribuem para a obesidade.

Diabetes Gestacional – aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez. Traz riscos à mãe e ao bebê.

Outros tipos menos comuns são: diabetes da maturidade com início no jovem (MODY), diabetes causado por defeitos genéticos na ação da insulina, diabetes causado por doenças pancreáticas (como pancreatite, tumores, entre outras), diabetes causado por endocrinopatias (por exemplo: doença de Cushing, acromegalia, hipertireoidismo), diabetes secundário a medicamentos, diabetes secundário a infecções, diabetes associado a síndromes genéticas.

Quais os fatores de risco e sintomas do diabetes?

O DM1 não pode ser prevenido, já o DM2 pode ser prevenido ou ter seus sintomas retardados com as mudanças no estilo de vida. Os principais fatores de risco para DM2 são a obesidade e idade superior a 45 anos. Além disso, há outros fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, hipertensão, síndrome do ovário policístico, história familiar de diabetes, diabetes gestacional prévio ou macrossomia fetal, raça/etnia (negros, hispânicos, índios Pima, indivíduos oriundos de ilhas do Pacífico etc.), diagnóstico prévio de intolerância à glicose, dislipidemia (HDL-colesterol < 35 mg/dℓ e/ou triglicerídeos > 250 mg/dℓ).

Os sintomas mais evidentes do diabetes são visão turva, boca seca, muita sede, fome em excesso, vontade frequente de urinar e perda de peso sem motivo aparente, sendo quase sempre encontrados nos indivíduos com DM1. Na grande maioria dos pacientes (portadores de DM2), o quadro clínico inicial é leve ou mesmo sem sintomas, o que faz com que a doença seja muitas vezes subdiagnosticada. Estima-se que a metade das pessoas afetadas pelo diabetes não tenha ainda o diagnóstico da doença.

Tratamentos para o diabetes

O diabetes não tem cura, a não ser o gestacional, que costuma melhorar após o parto. Contudo, o tratamento permite o controle da doença, devolvendo qualidade de vida ao paciente. Em outras palavras, o tratamento visa controlar os níveis de glicose no corpo, a fim de prevenir o avanço da doença e o surgimento de sequelas graves.

Para ajudar na monitorização dos níveis de açúcar no sangue e ajuste da terapêutica, há diversos modelos de monitores de glicemia no mercado, que permitem ao próprio paciente identificar os índices glicêmicos em casa.

Mudança do estilo vida é uma parte fundamental do tratamento do diabetes, com ênfase na dieta adequada e prática regular de atividade física, bem como evitar o consumo de bebidas alcoólicas e parar de fumar. Pacientes com DM1 necessitam de várias aplicações de insulina ao longo do dia e, em casos selecionados, podem fazer uso de bomba de infusão contínua de insulina. Já no DM2, geralmente é necessária a utilização de medicamentos (tanto orais como injetáveis) e a aplicação de insulina em alguns casos.

Como o diabetes tipo 2 normalmente é adquirido, a prevenção pode ser feita por meio de uma dieta saudável, prática regular de atividade física e manutenção de peso saudável, além da realização de consultas e exames médicos frequentes a fim de prevenir ou, pelo menos, fazer um diagnóstico mais precocemente.

Converse com seu médico e tire suas dúvidas.

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