O termo síndrome metabólica engloba um grupo de fatores de risco que aumentam as chances do desenvolvimento de doença cardiovascular (infarto, derrame) e diabetes tipo 2. Dois pontos fundamentais são a obesidade abdominal e a resistência à insulina. Os critérios diagnósticos variam um pouco dependendo da entidade que se usa como referência, irei mencionar aqui os mais utilizados, que são os da: OMS (Organização Mundial de Saúde), IDF (International Diabetes Federation – Federação Internacional de Diabetes) e NCEP ATPIII (National Cholesterol Education Program – Programa Nacional de Educação em Colesterol), sendo avaliados: obesidade/circunferência abdominal, glicemia de jejum, pressão arterial, triglicerídeos e HDL-colesterol.
Considera-se que a síndrome metabólica está presente quando existem 3 ou mais critérios, os quais estão detalhados na tabela. Para a OMS, considera-se obrigatória a alteração glicêmica mais 2 outros critérios, sendo que a alteração nos triglicerídeos e HDL conta como apenas um critério. Para a IDF, o critério considerado obrigatório é a obesidade/circunferência abdominal mais 2 outros critérios. Para o NCEP, não há critério obrigatório, sendo definida pela presença de, no mínimo, 3 dos critérios.
No mundo, um quarto dos adultos têm síndrome metabólica, sendo 3 vezes mais propensos a ter um ataque cardíaco ou derrame e 2 vezes mais propensos a morrer por esses motivos em comparação aos indivíduos sem a síndrome. Pessoas com a síndrome têm 5 vezes mais chance de desenvolver diabetes tipo 2. Mundialmente, até 80% dos 200 milhões de portadores de diabetes irão falecer por doença cardiovascular. Tudo isso coloca a síndrome metabólica e o diabetes muito à frente da AIDS em termos de morbidade e mortalidade, apesar do problema não ser bem reconhecido.
Os seguintes fatores aumentam o risco de apresentar a síndrome: sobrepeso (índice de massa corpórea – IMC ≥25 kg/m2), menopausa, avanço da idade, tabagismo, dieta rica em carboidratos, sedentarismo, história familiar de diabetes ou de síndrome metabólica.
O tratamento da síndrome metabólica visa reduzir ou eliminar os problemas subjacentes através da perda de peso, abandono do sedentarismo e cessação do tabagismo. Além disso, caso a mudança do estilo de vida não seja suficiente, deve-se tratar os fatores de risco cardiovascular, tais como pressão arterial elevada, hiperglicemia e colesterol/triglicerídeos altos.
A maior parte dos indivíduos que apresenta a síndrome metabólica se sente bem e não exibe sintomas. Contudo, eles possuem um risco elevado para o desenvolvimento de doenças graves, como o diabetes e as doenças cardiovasculares. Logo, é extremamente importante o acompanhamento com um médico endocrinologista a fim de prevenir as complicações associadas, bem como para um tratamento adequado.
Fontes: SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia); Up To Date (www.uptodate.com); IDF (International Diabetes Federation); http://laboratorioduarte2014.masterix2.com.br/uploads/laboratorio_duarte_2014/arquivos/julho-2015-definicao-sindrome-metabolica.pdf